
Um sonho. Que por vezes se arrasta pelos tempos, perpetuando-se pelos campos oníricos, por vezes até ultrapassando os limites do subconsicente, extravasando para o mundo exterior. É o que se chama "sonhar acordado". Que se concretiza. Após uma intensa luta, ou mesmo de mão beijada, servido em bandeja de prata. Pode ser duradouro. Como a vida de uma tartaruga. Ou rápido. Pode esfumar-se no éter, escapando-se-nos de repente, sem que tenhamos tempo de o realizar devidamente, quando se encontra ali mesmo, especado à nossa frente. Como um punhado de grãos de areia que não conseguimos conter e vemos arrancados da mão, nada nos restando senão observar passivamente, como se de um implacável xerife de Nottingham se tratasse, acima da lei, que opta por nos remeter ao domínio da consternação, do abatimento profundo. Tudo o que resta a esse sonho é lutar. Contra o esquecimento. Para que nas nossas mentes mantenha o seu valor.
Fantasia. Realidade. Memória. Este é o ciclo vital pelo qual se regem as nossas experiências.