
Pensando o óbvio. Perante a negritude da noite, os candeeiros reluzem, iluminando baçamente a estrada, dando um tom ocre ao asfalto molhado.
O comboio desloca-se depressa, nesta noite revestida a tons sépia. No seu interior, parecemos bonecos coloridos, aprisionados numa redoma, circundada por um jardim de cobre, estanho e argila.
A luz interior é de um branco enfermo, que perdeu há muito a sua vivacidade, apresentando agora uma mescla de pálidos tons esverdeados e azulados.
A visão através da janela proporciona uma perspectiva alargada das ruas, mas paradoxalmente redutora, perante a dificuldade de contemplar as suas formas, graciosas ainda há algumas horas atrás.
Só me resta a minha imaginação. Só recorrendo a ela conseguirei vislumbrar algo para além desta Noite de Âmbar.
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